sexta-feira, 6 de maio de 2011

Paulo Skaf

PORRADÃO DE 20 traz...

Um dos entrevistados dessa semana é Paulo Skaf, reconhecido como o empresário que revolucionou a FIESP. Nascido no bairro da Vila Mariana, Zona Sul de São Paulo (SP), ele agora quer governar o estado e para crescer nas pesquisas ele aposta na forma da sua credibilidade. 

Boa Leitura!!! 



01 - Quem é Paulo Skaf ?
Sou um homem de 54 anos, nascido na cidade de São Paulo e sou muito ligado à minha família. Tenho cinco filhos, todos homens: Paulo, André, Raphael, Gabriel e Antoine. Estou casado com a Luzia há 31 anos, o amor da minha vida. Tenho hábitos simples: gosto de praticar esportes, de andar a cavalo e de brincar com minha cadela, a Palu, uma labradora que há sete anos alegra nossa família. 


02. Historicamente o Lula foi um grande inimigo da classe empresarial, essa classe pregou todo o tempo o medo do Governo Lula. No entanto o Lula despacha do prédio da Fiesp quando está em São Paulo, isso não é uma contradição ?  

Os tempos mudaram. E não é de hoje. Na primeira eleição do Lula, em 2002, eu era vice-presidente da FIESP. Fui um dos primeiros empresários a apoiá-lo publicamente. Depois, na reeleição, apoiei de novo. E durante os quase seis anos em que estive na presidência da FIESP mantive uma ótima relação com ele. Lula usou meu escritório para receber diversos chefes de Estado e também para fazer reuniões importantes. Isso tudo mostra que a relação dos empresários com ele mudou muito, e para melhor. 



03. O Sr. foi o principal combatente para o fim da CPMF , uma das poucas derrotas do governo Lula, naturalmente o maior prejuízo se daria às empresas ligadas aFIESP, qual o impacto negativo que esse fim teve para a sociedade e qual o positivo ? 

Só consigo ver impactos positivos. Nossa luta pelo fim da CPMF, que as pessoas conheciam como o "imposto do cheque", foi a maior mexida nos impostos já feita no País nas últimas décadas. Na prática, significou mais dinheiro no bolso das pessoas, que deixaram de pagar essa contribuição a cada vez que preenchiam um cheque ou pagavam qualquer coisa com dinheiro,faziam um depósito no banco, enfim, qualquer transação financeira. Ao todo, o povo deixou de gastar R$ 40 bilhões por ano, desde 2007, com o fim da CPMF. 



04 - Há pouco tempo o Sr. tinha pouco mais de 3% de intenções de votos , claro, por nãos er um homem conhecido pelas massas , qual a sua intenção com essa campanha, ficar conhecido ou esta convencido de quem tem chance ?  

Entrei nessa eleição para ganhar. Tenho certeza que vou crescer na pesquisa assim que a população de São Paulo conhecer minhas propostas. As pesquisas de intenção de voto publicadas agora apontam para o passado, e por isso mesmo trazem os velhos políticos de sempre com pontuação maior. Eu sou o novo, represento a modernidade com experiência, com tudo aquilo que realizei como presidente do SESI-SP e do SENAI-SP, quando estava à frente da FIESP. Quem tem filhos nas escolas do SESI-SP e viu que implantamos o ensino em tempo integral para as crianças do ensino fundamental, sabe do que estou falando. Quem tem amigos nos cursos profissionalizantes do SENAI-SP também sabe da excelência dos cursos. Nos três meses da campanha eleitoral mais gente vai passar a conhecer minhas idéias. E tenho certeza que o povo de São Paulo vai gostar e me dar o voto de confiança. 

05 - Como presidente da FIESP o senhor sempre gozou de boa relação com todos os poderes, e agora , como fica sua relação com seus adversários de São Paulo ?  

Tenho muito respeito por todos eles. O Geraldo [Alckmin] é um bom homem, mas já teve sua chance. Ficou seis anos como vice do Mário Covas no Palácio dos Bandeirantes e seis anos como governador. Então já teve tempo para mostrar seus projetos. O [Aloizio] Mercadante é um bom parlamentar. E sempre demonstrou interesse em continuar no Senado, lá em Brasília. O que proponho com a minha candidatura é uma chance para novas idéias, para novos projetos, para mudar realmente a vida das pessoas. 
06. - Sempre que eu vou a Paraisópolis seu nome é citado pelas lideranças. Existe alguma ação sua ou da FIESP na segunda maior favela de São Paulo ?  

Existe sim. Em outubro do ano passado nós montamos na comunidade, na sede da Associação dos Moradores, uma escola de culinária, com o curso "Alimente-se bem". A iniciativa teve quatro turmas, com 60 alunos. Além disso, a escola móvel do SENAI-SP formou 4 turmas de alunos em confecção industrial, também em 2010. E ainda estamos em tratativas com a subprefeitura do Campo Limpo para adquirir uma área da prefeitura na comunidade e construir um centro cultural com biblioteca, videoteca, computadores com internet e todo um complexo de cultura e entretenimento chamado de Indústria do Conhecimento, uma iniciativa do SESI nacional, que estará à disposição de toda a comunidade de Paraisópolis.


07 -  O senhor é reconhecido como o empresário que revolucionou a FIESP , inclusive socialmente, como foi essa transformação? E acha que isso pode ser passado para a política?  

Começando pelo final, claro que acho que se pode levar para a política a experiência da FIESP, onde uma gestão eficiente, de resultados, atingiu seus objetivos plenamente. É exatamente para isso que estou entrando na política, para inovar. Na FIESP, fizemos muitas coisas, mas eu quero destacar a criação de 52 coordenadorias regionais e trabalho no SESI-SP e no SENAI-SP, já falado aqui. Não digo que revolucionamos a FIESP, mas demos, sim, uma cara nova à entidade, uma revigorada, uma modernizada. Quando fui candidato a presidente, ninguém acreditava na nossa chapa, e vencemos com mais de 60% dos votos. Quando me reelegi presidente, foi com quase 100% dos votos.


08. Quando eu penso na FIESP eu lembro do Antônio Hermínio, que é um milionário, imagino que o senhor seja também. Qual é seu ramo de negócios e como eles estão agora?  

Muita gente não sabe, mas eu comecei a minha vida de maneira bem simples, vendendo tecidos na rua 25 de março, no centro da capital paulista. Felizmente, eu tive a oportunidade de estudar numa boa escola, e em tempo integral. Eu passava o dia todo na escola. Estudava, praticava esportes, tinha laboratórios, boa alimentação, atividades culturais, convívio com meus colegas... Enfim, toda essa oportunidade que eu tive na minha infância e adolescência me deu a possibilidade de crescer profissionalmente. E exatamente por esse motivo, por saber da importância de um ensino de qualidade, que implantei o ensino em tempo integral no SESI-SP. E que agora quero ampliar para milhões de crianças em todo o Estado. Mas voltando a sua pergunta, antes de me candidatar, passei os últimos 12 anos na liderança de entidades, primeiro do setor têxtil, no sindicato estadual e depois na associação nacional, e mais tarde na FIESP, no SESI-SP e no SENAI-SP. Então, por força desses compromissos públicos, para os quais sempre trabalhei como voluntário, acabei me afastando um pouco da vida empresarial. 



09-  Um político gasta milhões em uma campanha , pra mim a única coisa que justifica esse gasto é a certeza que vai recuperar no mandato. O senhor concorda e qual será o custo da sua campanha ?  

Eu tenho defendido durante toda a minha vida a moralidade no mundo político. Recuperar o dinheiro gasto na campanha durante o mandato faz parte dos velhos hábitos políticos do Brasil que, infelizmente ainda ocorrem em alguns lugares. Mas eu entrei pra política justamente pra mudar os velhos hábitos errados. O próprio Lula me disse tempos atrás que a gente não deve só reclamar dos políticos, mas sim entrar no jogo pra mudar a política pra melhor. Por isso, eu defendo a transparência. O PSB, meu partido, contratou uma equipe profissional de contadores e advogados para cuidar da arrecadação da campanha. São eles que vão cuidar dessa parte. Sobre o custo da campanha, todos os candidatos registraram no TRE-SP o valor máximo que poderão gastar nesse ano. A minha ficou num valor de R$ 50 milhões, nem a mais alta nem a mais baixa. Mas acho que não gastaremos mais que uns R$ 35 milhões. 

10. Há pouco tempo o seu nome foi envolvido como quem ajudava na caixinha de alguns políticos. O Sr. acha que se crescer nas pesquisas isso vai ser explorado ?  

Infelizmente o mundo político brasileiro ainda é movido por muitas denúncias infundadas. Isso tem que acabar. Quem rouba, mente ou se aproveita de cargos públicos em benefício pessoal, tem que pagar por isso. Mas quem é honesto e trabalhador não pode ficar pagando pela culpa dos outros. Nesse caso a que você se refere, eu quero dizer, de forma taxativa, que nunca fui acusado de nada por nenhuma instituição, nem Ministério Público, nem Polícia Federal, nem nada. O que houve foi uma escuta telefônica que vazou para a imprensa em que meu nome foi citado, mas nada com qualquer indício de concreto para fundamentar um inquérito policial, uma investigação, nada além de notícia da imprensa. Eu sempre agi de forma correta. E por isso, não há nenhuma suspeita sobre meu passado. Sou um candidato de cara e ficha limpa. 


11. No inicio do ano, o Sr me dizia num jantar que não seria candidato , o que te fez mudar de idéia ?  

Eu fui convidado pelo PSB para concorrer, o que se aliou a minha vontade de sempre contribuir com um processo maior, de melhoria da vida das pessoas. Aprendi isso fazendo isso. Ou seja, senti na pele como é bom ajudar as pessoas ao desenvolver o trabalho no SESI-SP e no SENAI-SP. Implantamos o ensino para crianças em tempo integral no SESI-SP, com atividades culturais, esportivas, alimentação e recreação. E no ensino médio, articulamos as aulas com os cursos técnicos do SENAI-SP. Este é só um exemplo do que podemos fazer na educação. Outro é a descentralização, que também fizemos na FIESP, criando 52 coordenadorias regionais. Podemos fazer o mesmo no estado inteiro, criando governadorias nas atuais regiões administrativas e criar mais duas, em São João da Boa Vista e Itapeva. Com isso, vamos acabar com essa história de um prefeito esperar meses para ser recebido pelo governador em uma audiência, pois ele poderá tratar de suas demandas lá mesmo na sua região, com um representante direto do governador. Então são coisas assim que me motivaram a ingressar na política, para trazer uma experiência de gestão focada em metas e resultados, porque é disso que as pessoas precisam, de alguém que resolva os problemas de suas vidas. Não todos, o que é impossível, mas os mais urgentes e básicos. E também porque muitas coisas são direitos delas, como saúde, educação, segurança, moradia, e transporte de qualidade. 

12. São Paulo sempre foi o berço do mercado e do capitalismo do País. Visto como arrogante em parte por conta disso, o senhor não acha que pode passar essa imagem naturalmente ?  

Acho que não. Sou uma pessoa simples. Não me acho arrogante. Não creio que por ser empresário eu o seja. Vivo minha vida para minha família, minha mulher, meus filhos, minha neta, meus amigos e para todas as pessoas que de alguma maneira me deram seus apoio e confiança.



 13- De certa forma as crackolândias são "permitidas" pelo Estado, pois não há para onde encaminhar todos e ali, de certa forma, eles conseguem "controlá-los" e "mapeá-los". O senhor não acha que se São Paulo tivesse levado a sério essa questão, o Brasil hoje não correria o risco de uma epidemia ?  

O problema da droga é mundial. Portanto em São Paulo, como em qualquer outra grande cidade, a solução envolve muitos agentes, desde a prevenção até a repressão, passando pelo tratamento clínico e a assistência psicológica, que deve chegar à família da pessoa também. No meu governo, essa será uma das prioridades, dentro da área da segurança e saúde. A articulação das polícias civil e militar com a Federal é fundamental na repressão do tráfico ( com utilização de alta tecnologia), programas de concientização e incentivo a entidades que possam ajudar no combate a este problema dentro das comunidades. 



14 -  Qual sua analise destes 8 anos do governo LULA?
O governo Lula teve muitas conquistas, apesar das críticas que fizemos à política de impostos. Na área social muitos foram os avanços na distribuição de renda, com milhões de pessoas evoluindo de classe social, saindo da pobreza extrema, obtendo, por fim, um poder aquisitivo razoável para satisfazer as necessidades básicas de uma família. O salário mínimo aumentou seu poder de compra e teve reajustes constantes e significativos. A política externa tem demonstrado ousadia, mudando o eixo das negociações comerciais e dando uma projeção maior ao país no cenário mundial. Eu senti falta no governo Lula de fazer as reformas constitucionais que o País ainda precisa, como a política e a tributária. Por exemplo, as taxas de juros voltaram a subir. Nós trabalhamos duro para acabar com a CPMF, o imposto do cheque, lembra? Mas agora, é preciso voltar a batalhar pela redução dos impostos para sobrar mais dinheiro na mão do povo, até porque ficou mais difícil pagar a prestação do crediário com os juros subindo de novo. Uma das idéias que tenho para o governo é devolver o dinheiro de quem paga pedágio, compensando na hora de pagar o IPVA. Como os pedágios no estado são muito caros, será uma forma de aliviar quem trabalhou duro para comprar seu carrinho, financiado, que poderá assim, aliviar um pouco na hora de pagar as prestações. 

15. Qual o sentido de um presidente da FIESP estar representando e sendo representado por partido socialista?  

Todo o sentido. Não conheço nada mais socialista do que proporcionar estudo em tempo integral para as crianças, das 8 horas da manhã às 5 da tarde, com alimentação, esportes e atividades culturais. Ou, então, articular as aulas dos jovens com cursos técnicos. 



16. O senhor concorda que sua inexperiência política vai atrapalhar seu desempenho como governador e quais serão as suas prioridades? 

Trago para a política a experiência de gestão que sempre teve sucesso na iniciativa privada, focada em metas e resultados, longe dos vícios da política tradicional. Quem fará de mim um político são os eleitores. Minhas prioridades são educação, de onde tenho experiência de gestão, e saúde, o que não quer dizer que não estarei atento a outras áreas, como segurança, habitação, emprego, atração de investimentos e meio ambiente. "



17. Seria correto dizer que sua legenda se dá pela expectativa do PSB tem de tentar um orçamento maior para a campanha do partido?  

Não, não seria. O PSB é um dos mais antigos e respeitados partidos do País, fundado pelo ex-governador de Pernambuco, Miguel Arraes, ele também um dos políticos mais destacados da história do Brasil. Fiquei muito honrado com o convite para ser candidato a governador pelo PSB, para acabar com essa polarização dos tucanos contra o PT. O orçamento da minha campanha é todo administrado por um comitê financeiro do partido, sem nenhuma participação de minha parte, muito menos com recursos. 


18. Como resolver o caos das periferias de São Paulo? 

Resolver os problemas das comunidades mais afastadas de São Paulo é um processo de anos. Mas nem por isso vamos nos apequenar diante do desafio. Ela se dá pela ação articulada de autoridades de várias esferas, desde o governo federal, com uma política nacional de urbanização – para isso foi criado o Ministério das Cidades –, até uma ação articulada do governo do Estado com as prefeituras das 38 cidades da região metropolitana, mais a da capital. A periferia de São Paulo afeta as cidades que fazem divisa com a capital. Aí é atacar os problemas, com recursos, projetos e gestão. Claro que falando assim parece fácil. Não é. Mas o governante tem o poder de definir suas prioridades e centrar esforços nelas. Eu acho que dá para levar para os bairros menos favorecidos a experiência de cidadania do SESI-SP e do SENAI-SP, como fizemos em Paraisópolis. Aulas em tempo integral para as crianças do ensino fundamental, articulação do ensino médio com cursos técnicos, cursos profissionalizantes em unidades móveis, mais atividades esportivas e culturais, emissão de documentos como carteira de trabalho e de identidade nessas unidades móveis, campanhas de vacinação, convênios com o Poder Judiciário para fazer mutirões de audiências de pequenas causas, emissão de certidões de nascimento, casamento, exames de paternidade, enfim, toda uma gama de iniciativas de cunho preventivo. 



    19. Como enfrentar o crime organizado em São Paulo?  

Com informação, inteligência e tecnologia, instrumentos que aumentam o potencial de combate ao crime, além de articulação com a Polícia Federal e as polícias de outros estados. O crime organizado não opera só em São Paulo. 



    20. Fale sobre :   

- Lula: um grande presidente, líder popular carismático, e grande comunicador.

- Alckmim: um político de respeito, que já fez muito por São Paulo, mas também deixou de fazer. Como ele mesmo diz, o ato de governar é uma corrida de revezamento, onde um governante passa o bastão para o outro. Agora é a minha vez.

- Serra: um ministro da Saúde de respeito, um bom prefeito para São Paulo, e um governador que também deu sua contribuição, sobretudo nos transportes. 

- Netinho de Paula: gosto da música dele, alegre e jingada

- Mercadante: meu concorrente nas eleições estaduais. 

- Dilma: nossa candidata a presidente da República 

- Marina: um exemplo de vida e uma ministra coerente. 

- Mario Covas: um político corajoso. 

- Prefeito Gilberto Kassab: um político novo. 

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