sexta-feira, 6 de maio de 2011

LUCIANO HUCK.

O Porradão de 20 dessa semana traz uma entrevista exclusiva com um campeão de audiência, não só na TV, mas também no Twitter. Ele foi o primeiro brasileiro a ultrapassar a barreira de milhão de seguidores e, talvez, quando você estiver lendo esta entrevista, ele já tenha passado de dois milhões. Estou falando de LUCIANO HUCK.

Ele abriu o que pensa sobre legalização do aborto, cotas para negros nas universidades públicas, e ainda afirmou que, para ele, José Serra é o melhor candidato ao próximo governo.

Luciano no Porradão de 20, minha parte eu já fiz , agora é com vocês.


01 - Quem é o Luciano Huck? Você realmente nasceu em "berço de ouro"?

Sou paulistano filho de dois professores universitários: meu pai advogado e professor do Largo São Francisco e minha mãe professora de urbanismo na FAU-USP. E não acho que a situação dos professores na década de 70 fosse tão diferente da de hoje a ponto de uma família de mestres ser considerada "berço de ouro", não?

02 - Luciano, sempre escutei algumas pessoas dizerem que você tinha desejo de ter alguma participação na política formal, inclusive sonhava com o Ministério da Cultura e quem sabe um dia ser Presidente do Brasil. Nunca acreditei na veracidade desses comentários, porém, esse coro "vem ganhando musculatura" a ponto de hoje eu não ter dúvidas. Enfim, é esse seu plano?

Nunca pensei nisso como um projeto de vida, por isso acho que a resposta é não. Mas durante esta minha passagem por aqui, vou fazer de tudo para que o Brasil seja mais justo e que a pessoas tenham dignidade e perspectiva. Sobre política em si, acho que todos nós fazemos política, uns com cargos eletivos, outros com microfones, outros nas favelas, outros nos jornais, e etc. A boa política é a união de quem quer o bem em todas as esferas da sociedade.

03 - Houve um momento, sobretudo, quando você chegou ao Rio de Janeiro, sua imagem era a de um playboy paulistano clássico. Qual a sua avaliação referente à sua imagem hoje?

 Sou um cara plural. Gosto de misturar. Gosto de ouvir as pessoas. Gosto de tentar ajudar. Gosto de divertir. Não gosto de rótulos. Mas me visto e sou o que sou em qualquer situação..

04 - É sabido que existe um desgaste entre seu programa e o programa do Faustão, o que é natural, se considerarmos que a busca por espaços se dá em todos os ambientes de trabalho. Você acha que é possível preservar as amizades dentro desses espaços de disputas?

Sobre a pergunta do desgaste com o Fausto, desconheço. Gosto muito do Fausto, ele sempre foi muito correto comigo e carinhoso com a minha família, nos respeitamos mutuamente. Ele é um cara bacana. Sobre amizade em ambiente de trabalho, claro que acredito. Afinal, no nosso caso, todos remamos para o mesmo lado.

05 - Ao mesmo tempo em que avançam as conquistas dos homossexuais, paralelamente, aumentam as resistências e a homofobia. De qual lado você está?

Sou a favor de felicidade. E cada um tem a sua maneira de buscá-la.

06 - A imprensa paulista se sentiu ofendida quando você escreveu um artigo na Folha de São Paulo, questionando a segurança pública no episódio em que seu Rolex (relógio) foi roubado num sinal de trânsito. A questão é: O que foi mais agressivo saberem que você usa um Rolex ou você "trair" um suposto código de que paulista não pode falar mal de São Paulo?

Nunca falei mal de São Paulo, no artigo da época eu discutia a segurança pública como um todo e isso não é um problema exclusivo dessa cidade. E sobre o Rolex, cada um usa o que quer. Che Guevara usava um, por exemplo. E ele não é o maior expoente da burguesia moderna, ou é?

07 - Você acha que seu programa tem um viés assistencialista? Existe alguma orientação da emissora nesse sentido e qual sua avaliação?

Faço a televisão que gosto e acredito. Ouço as pessoas, e elas próprias contam as suas histórias. E tenho todo o apoio necessário da Globo para realizar 52 programas diferentes todos os anos há mais de 10 anos.

08 - Você é uma pessoa rica, famosa e sempre teve sua imagem ligada a "AMIGOS FAMOSOS", porém, hoje você amplia essa rede de amizades para outros universos, em alguns momentos parecendo "querer ser povo". Qual a razão dessa mudança?

Tenho muito orgulho de ter amigos de todas as tribos, credos, cores, bolsos e etc.… Quanto mais misturado melhor. Quem sabe os famosos apareçam mais, por serem famosos. Mas o meu dia a dia é bem eclético. Não tenho preconceitos quando o assunto é amizade.

09 - Você completa agora 10 anos na Rede Globo de televisão. Muitas felicidades e tristezas passaram pelo palco do seu programa. Quais os melhores momentos dessa trajetória e quais os nomes que não poderia deixar de mencionar que foram responsáveis para a construção dessa história?

Difícil responder isso…Estes 10 anos foram muito intensos como um todo. Minha vida mudou muito, em todos os sentidos. Sobre o programa não perco muito tempo olhando para trás, estou sempre pensando no próximo programa. Mas se tivesse que fazer uma lista de pessoas importantes nestes 10 anos de Caldeirão, colocaria: Mario Lúcio Vaz, Palito, Marluce, Érico Magalhaes, André Dias, Octávio Florisbal, Marcelo Duarte, Willy Hass, Márcia Ladeira, Manoel Martins, Ignácio Coqueiro, Jorge Espirito Santo, Marlene Mattos e toda a minha equipe. E com certeza estou esquecendo alguns.

10 - Sei que atualmente você está produzindo um documentário sobre violência e drogas no Brasil, uma parceria com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Qual a sua posição sobre a descriminalização das drogas no Brasil?

Tenho estudado bastante o tema e estou formando a minha opinião. A certeza que já tenho é que o modelo de repressão implantado desde o século passado, não funcionou.

11 - O Caldeirão do Huck contribuiu para a abertura e prática do basquete de rua, conceito popularizado pela Central Única das Favelas (Cufa). Qual a sua avaliação dessa prática esportiva?

O esporte é um excelente agente transformador. E o basquete sempre foi um esporte de guetos. Por isso a mistura foi tão eficiente. Apoio o basquete e o basquete de rua. Queria que fosse no Brasil um esporte tão popular e estruturado quanto o vôlei.

12 - Há alguns anos você criou o Instituto Criar. Seria essa uma maneira de fazer um marketing pessoal?

Misturo o mínimo possível da minha imagem ao Criar, para que jamais tenha esta conotação. Faço isso apenas quando precisamos de recursos para os nossos projetos. Hoje, os números dos Criar podem responder a esta sua pergunta; já formamos mais de 800 profissionais de TV e cinema, deste total 80% está empregado no mercado formal com salário médio de R$ 1 mil. Sendo que vieram de famílias com renda per capita de cerca de R$ 250,00. O Criar hoje é um projeto de modelo de capacitação. Com resultados concretos e gestão transparente. Sou um entusiasta do Terceiro Setor, acho que é o grande incubador de futuras políticas públicas no Brasil.

13 -Você considera a norma imposta pela Rede Globo para uso das redes sociais por seus funcionários uma invasão a liberdade de expressão individual?

Esta norma está em constante mutação. A Rede Globo tem, e sempre teve, a sabedoria de ir avançando e adaptando suas normas e premissas. E no caso destas "novidades" tecnológicas não está sendo diferente.

14 - Qual a diferença, na prática, entre o Luciano que promovia depilação da Tiazinha, o Luciano "Galinha e conquistador" e o Luciano de hoje?

O Luciano vem amadurecendo. E assim continuará..

15  -  Quais dons naturais você gostaria de possuir e quais são suas maiores virtudes e defeitos?

Sei lá! Tá começando a virar entrevista da Capricho. Hein, Celso?

16  -O que você acha dos atuais presidenciáveis?

José Serra:Acho o brasileiro mais preparado para suceder Lula, neste momento.

Marina Silva: Cada vez gosto mais dela. Uma mulher incrível.

Dilma Rousseff: Ela me parece competente, mas acho que o PT vai engoli-la.

17 - Qual é o lema da sua vida?

 Não faça com os outros o que você não gostaria que fizessem com você.

18 -  Qual é a sua idéia sobre a legalização do aborto?

Hoje sou a favor em casos de estupro e má formação do feto. E quem sabe, algum dia eu seja a favor da mulher poder decidir se quer ou não a gravidez. Hoje ainda não sou. Mas me incomoda muito o aborto já ser uma prática comum, porém realizada de maneira imprópria e perigosa para a mãe. Preciso pensar mais no assunto.

19 - O que você pensa sobre as cotas para negros nas universidades públicas?

Acho que o acesso tem que ser democrático para todos e por meritocracia quando se trata de vagas em universidades públicas. Não acho que as cotas resolvam esta questão. Mas, enquanto as escolas públicas não têm o mesmo nível das escolas particulares, e a maioria negra ainda estuda nas escolas públicas, acho que as cotas são uma ferramenta momentaneamente necessária.

20 – Fale um pouco sobre:

Música:
Ouço de tudo. O que faz sucesso, me interessa.

Lula:
Aprendi a gostar e respeitar muito.

Barack Obama:
Gosto muito.

Ronaldinho Carioca, o Fenômeno:
Um dos maiores jogadores da história do futebol e meu amigo de verdade.

Ronaldinho Gaucho:
Outro fenômeno.


Ivete Sangalo:
Grande cantora, grande amiga.

Time de futebol:
Corinthians.

Escola de Samba:
Gosto de carnaval como um todo.

Vício:
Nada grave.

Rap:
Sou curioso a respeito.

Rio de janeiro:
Não vivo sem.

São Paulo:
Não vivo sem.

Brasil:
Não vivo sem.

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